quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Dia em que me tornei Andrea Doria

Era uma vez uma jovem que acreditava na virtude, em fazer as coisas corretamente, de acordo com as regras e fica batendo contra a parede porque esse mundo não funciona.
Essa é a questão que levanta a música Andrea Doria da Legião Urbana: a juventude com seus infinitos sonhos e planos e a descoberta do mundo real, um mundo hipócrita, consumista, mentiroso e capitalista, que ao cair na realidade, fica sem saber o que fazer.
Andrea Doria é o nome de um navio que afundou e creio que Renato Russo escolheu esse nome pelo fato da menina da canção ser uma pessoa cheia de vida, esperanças, planos e quem sempre estava lá para dar uma força, mas que no fim das contas, sente que o seu próprio navio afundou e fica mal. É um diálogo entre os dois, em que ele assume uma posição que sempre foi dela, ser otimista sempre e fazer com que ele enxergasse o lado bom da vida, que independente de qualquer situação, ela tinha o dom de enxergar além do que se via.
E essa é a história, sem muito poréns e fantasia. Essa é a música que sempre senti uma conexão, como se tivesse sido feita para mim, me sinto a Andrea Doria, aquela menina retratada na polaroid tirada no momento exato em que as utopias da minha juventude são sem sombra de dúvidas, confrontadas com o tal mundo adulto, aquela menina que hoje enxerga o crescer como um processo no qual pouco a pouco desvencilha-se das ilusões que tinha, que se sente acuada pelos espinhos de um mundo saturado de indivíduos céticos, cínicos e mentirosos que "vendem fácil aquilo que não tem preço" e assim, torna-se "madura", "responsável" e larga seus sonhos pelo caminho, correndo o risco de me concentrar somente em uma única preocupação: como arranjar dinheiro para pagar as dívidas (a preocupação de todas as pessoas que migram para o tão aguardado e sonhado mundo adulto).
Não é apenas nessa música que Renato Russo me convence de que sou Andrea Doria, ele me convence quando canta a "ferrugem nos sorrisos", a "estupidez de todas as nações" e quando "rabisca o sol que a chuva insiste em apagar". E assim, como Andrea Doria, Carolina tenta voltar a ser aquela menina do início, a que acredita na virtude, que enxerga o lado bom do ser humano e que compreende quando este faz algo de errado, pois assim como ela, cansou de dar murro em ponto de faca e ao tentar algo diferente, viu que caiu na besteira de não ter tomado a melhor decisão para o momento e pensando nisso sabe que o refrão foi escrito para ela: " ...e nada mais vai me ferir, é que eu já me acostumei, com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei, tenho o que ficou e tenho sorte até demais, como sei que tens também."



4 comentários:

  1. Ei eu sempre ponho Carolina nos trabalhos da faculdade...quem é essa tal de Andrea Doria...rsrsrsrs

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  2. É a menina cheias de sonhos.Ela pode continuar a ter sonhos é so não entrar no mundo dos adutos....

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  3. Exato, os sonhos até que a gente não deixa morrer, mas sempre os posterga, o que já não dá para fazer quando o assunto é entrar no mundo adulto.

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  4. Crescer faz parte e os sonhos podem fazer parte do crescer. Eu sou assim um grande sonhador!

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