terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Música em Mim

Coisa que eu gosto bem, ou melhor, que eu amo muito, até demais, é música. Música em todas as suas expressões: um batuque, uma sinfonia. Com caixinha de fósforo ou harpa.
A música que me enternece é ritmo que afina o meu coração, pode ser cantada ou muda, instrumental. Pode ser de qualquer jeito, contanto que seja.
Música me embala desde pequenina e espero, me corteje no último suspiro. No céu haverá música e eu cantarei com os anjos. Serei soprano e assumirei o piano e a flauta transversa. Pois o céu é a realização de nossas melhores expectativas. É a glória! Música pra mim é tudo e melhor, tem até gosto de chocolate.
Toda vida tinha que ter trilha sonora, pelas ruas, caixas de som, para ouvirmos nossa música.
Em qualquer lugar que entrássemos, haveria uma melodia. Ora samba, ora bossa nova, conforme nosso humor e nosso ritmo. Qualquer intervalo de tarefas, recreio escolar, horário de almoço seria um convite para todos se reunirem na praça para dançar e cantar. Ao invés de dizermos para quem acabamos de conhecer "prazer em conhecê-lo", cantaríamos nossa música. Cada empresa teria o seu hino e os colaboradores teriam orgulho por trabalhar nela, e antes de cada reunião haveria um momento de cantoria, e os brindes dos happy-hours seriam sempre ritmados.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Felicidade é só questão de ser

Muitas vezes ficamos insatisfeitos com nossa vida, nossa casa, nosso emprego e esquecemos de coisas simples que podem nos alegrar como dançar na chuva ou saborear a comidinha da vovó. Não deixe de ser feliz sempre, esse é o verdadeiro sentido da vida. Para não nos esquecermos disto, separei uma música que representa muito bem o que estou querendo dizer e o nome dela não podia ser mais conveniente, com vocês "Felicidade", gravado em Sairé (inte­rior de Pernambuco), Felicidade parece ter sido gra­vado em um uni­verso que não existe mais, numa cidade em que a vida moderna parece não exis­tir e a feli­ci­dade está lá, só esperando para ser.






quinta-feira, 6 de outubro de 2011

É Proibido Achar


Chego em casa à noite, exausto. A mesa vazia. Nada sobre o fogão. Nem no forno. Nem na geladeira. Não há jantar. Pior! Os ovos, sempre providenciais, acabaram. Sou forçado a me contentar com um copo de leite e bolachas. No dia seguinte, revolto-me diante da empregada.
— Passei fome!
— Ih! Achei que o senhor não vinha jantar!
Solto faíscas que nem um fio desencapado, ao ouvir o verbo “achar,” em qualquer conjugação. É um perigo achar. Não no sentido de expressar uma opinião, mas de supor alguma coisa. Tenho trauma, é verdade! Tudo começou aos 9 anos de idade. Durante a aula, fui até a professora e pedi :
— Posso ir ao banheiro ?
Ela não permitiu. Agoniado, voltei à carteira. Cruzei as pernas. Cruzei de novo. Torci os pés. Impossível escrever ou ouvir a lição. Senti algo morno escorrendo pelas pernas. Fiz xixi nas calças! Alguém gritou:
— Olha, ele fez xixi !
Dali a pouco toda a classe ria. E a professora, surpresa:
— Ih... eu achei que você pediu para sair por malandragem!
Vítima infantil, tomei horror ao “achismo”. Aprendi: sempre que alguém “acha” alguma coisa, “acha” errado. Meu assistente, Felippe, é mestre no assunto.
— Não botei gasolina no carro, porque achei que ia dar! Explica, enquanto faço sinais na estrada, tentando carona até algum posto.
Inocente não sou. Traumatizado ou não, também já achei mais do que devia. Quase peguei pneumonia na Itália, por supor que o clima estaria ameno e não levar roupa de inverno. Palmilhei mercadinhos de cidades desconhecidas, por imaginar que hotéis ofereceriam pasta de dente. Deixei de ver filmes e peças, por não comprar ingressos com antecedência, ao pensar que estariam vazios. Fiquei encharcado ao apostar que não choveria, apesar das previsões do tempo. Viajei quilômetros faminto, por ter certeza de que haveria um bar ou restaurante aberto à noite, em uma estrada desconhecida. Há algum tempo, vi um livro muito interessante em um antiquário. Queria comprá-lo. Como ia passar por outras lojas, resolvi deixar para depois.
— Ninguém vai comprar esse livro, justo agora, disse a mim mesmo.
Quando voltei, fora vendido. Exemplar único.
— O senhor podia ter reservado — disse o antiquário.
— É, mas eu achei...
Mas, eu me esforço para não achar coisa alguma. Quem trabalha comigo não pode mais achar. Tem de saber. Mesmo assim, vivo enfrentando surpresas. Nas relações pessoais é um inferno: encontro pessoas que mal falavam comigo, porque achavam que eu não gostava delas. Já eu não me aproximava, por achar que não gostavam de mim! Acompanhei uma história melancólica. Dois colegas de classe se encontraram trinta anos depois. Ambos com vida amorosa péssima, casamento desfeito. Com a sinceridade que só a passagem do tempo permite, ele desabafou:
— Eu era apaixonado por você naquela época. Mas nunca me abri. Achei que você não ia querer nada comigo.
Ela suspirou, arrasada.
— Eu achava você o máximo! Como nunca se aproximou, pensei que não tinha atração por mim!
Os dois se encararam, arrasados. E se tivessem namorado? Talvez a vida deles fosse diferente! É óbvio, poderiam tentar a partir de agora. Mas o que fazer com os trinta anos passados, a bagagem de cada um? Quando alguém me diz:
— Eu acho que...
Respondo:
— Não ache, ninguém perdeu nada.
Adianta? Coisa nenhuma! Vivo me dando mal, porque alguém achou errado! Sempre que posso, insisto:
— Se não sabe, pergunte!
É o lema que adotei : melhor que achar, sempre é verificar!

Por Walcir Carrasco

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Os Porques da Vida da Gente


Por que é que a vida não pode ser como nos filmes onde há sempre tempo de voltar atrás e corrigir os erros às custas da força de vontade? Por que é que não podemos ter sempre certezas, e antes viver mergulhados nas nossas dúvidas? Por que é que não nos apaixonamos, tais quais os protagonistas de novela, que logo no 1º capítulo, já tem a certeza de que tudo vai valer a pena, já que no fim tudo acaba bem? Por que é que os desencontros não podem ser somente temporários? Por que é que a cada curva do caminho não há um atalho que nos leve de volta ao ponto de partida? Por que é que nem sempre tudo tem solução? Por que é que temos que errar para aprender, se seria tão mais fácil nascermos já ensinados? Por que é que continuamos a insistir em bater com a cabeça contra a parede, se a primeira tentativa é suficiente para comprovarmos que dói?
Por que é que passamos metade da vida a pensar quando devíamos agir e a outra metade a agir sem pensar duas vezes? Por que é que essa abordagem é tão eficaz para uns e só serve para complicar a vida dos outros? Por que insistir em magoar-nos e prolongar o nosso sofrimento lutando por sonhos impossíveis? Por que é que ao longo do trilho não há simplesmente tabuletas a indicar os becos sem saída que só nos farão perder tempo, e os sentidos obrigatórios onde, cedo ou tarde, iremos cair? Por que não acertar a primeira, mas somente depois de tentar 1001 combinações inúteis que só servem para nos desgastar o espírito, minar a confiança e estilhaçar o coração? Por que é que a pessoa com quem estamos destinados a acabar não surge logo na nossa vida para ficar? Por que temos que nos submeter ao método da tentativa-erro? E, no fundo, por quê tantos porques? Por que esta capacidade, esta necessidade de nos interrogarmos, de nos torturarmos com os “E se”, se no final tudo o que temos são fatos imutáveis contra os quais de nada nos valem os argumentos?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Caído na Calçada

Ontem saí de casa mais cedo do que o normal, a temperatura era amena de primavera, o dia estava amarelo e azul, do som do meu carro se evolava o rock suave da Rádio Itapema e eu me sentia realmente bem. Estacionei numa rua quase bucólica do Menino Deus e vi que ali perto um catador de papel puxava sua carrocinha sem pressa.
Era magro e alto, devia andar nas franjas dos 50 anos e tinha a pele luzidia de tão negra. Ao seu lado saltitava um menino de, calculei, uns quatro anos de idade, talvez menos. Devia ser o filho dele, porque o observava com um olhar quente de admiração, como se aquele homem fosse o seu herói... Bem. Ao menos foi o que julguei, certeza não podia ter.
Já ia me afastar quando, por entre as grades da cerca de uma creche próxima, voou um brinquedo de plástico. Um desses robôs cheios de luzes e vozes, que se transformam em nave espacial e prédio de apartamentos, adorado pelas crianças de hoje em dia. Algum garoto devia ter atirado o brinquedo para cima por engano, ou fora uma gracinha sem graça de um amigo.
O menino que era dono do brinquedo colou o rosto na grade como se fosse um presidiário, angustiado. O filho do catador de papel correu até a calçada, colheu o robô do chão e não vacilou um segundo: retornou faceiro para junto do pai, o brinquedo na mão, feito um troféu.. Olhei para o menino atrás da cerca. Estranhamente, ele não falou nada, não gritou, nem reclamou. Ficou apenas olhando seu brinquedo se afastar na mão do outro, os olhos muito arregalados, a boca aberta de aflição.

Muito orgulhoso, o filhinho do catador de papéis mostrou o brinquedo ao pai. O pai olhou. E fez parar a carrocinha. Largou-a encostada ao meio-fio. Levou a mão calosa à cabeça do filho. E se agachou até que os olhos de ambos ficassem no mesmo nível.
A essa altura, eu, estacado no canteiro da rua, não conseguia me mover. Queria ver o desfecho da cena. O pai começou a falar com o menino. Falava devagar, com o olhar grave, mas não parecia nervoso. Explicava algo com paciência e seriedade. O menino abaixou a cabeça, envergonhado, e o pai ergueu-lhe o queixo com os nós do dedo indicador. Falou mais uma ou duas frases, até que o filho balançou a cabeça em concordância.
A seguir, o menino saiu correndo em direção à creche. Parou na grade, em frente ao outro garoto. Esticou o braço. E, em silêncio, devolveu-lhe o brinquedo. Voltou correndo para o pai, que lhe enviou um sorriso e levantou a carrocinha outra vez. Seguiram em frente, o pai forcejando, o filho ao lado, agora não saltitante, mas pensativo, concentrado.
Então, tive certeza: aquele olhar com que o menino observara o pai era mesmo de admiração, ele era de fato o seu herói.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um Pequeno Imprevisto


 Eu quis querer o que o vento não leva
Pra que o vento só levasse o que eu não quero.
Eu quis amar o que o tempo não muda
Pra que quem eu amo não mudasse nunca.

Eu quis prever o futuro, consertar o passado
Calculando os riscos
Bem devagar, ponderado
Perfeitamente equilibrado.

Até que um dia qualquer,
Eu vi que alguma coisa mudara
Trocaram os nomes das ruas
E as pessoas tinham outras caras.
No céu havia nove luas
E nunca mais encontrei minha casa.
No céu havia nove luas
E nunca mais eu encontrei minha casa.

(Theddy Correia - Herbert Vianna)


Meias palavras. Meios sentimentos. Meias para os pés que não esquentam o coração. Mas, um pequeno imprevisto me desvirtua, me desconcerta, me alegra e me desperta. 

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Não espere...


"Não espere um sorriso para ser gentil.
Não espere ser amado para amar.
Não espere ficar sozinho para reconhecer o amor de quem está ao seu lado.
Não espere ficar de luto, para reconhecer quem hoje é importante para você.
Não espere o melhor emprego para começar a trabalhar.
Não espere a queda para lembrar-se do conselho.
Não espere a enfermidade para saber quão é frágil a vida.
Não espere ter dinheiro aos montes, para então contribuir.
Não espere por pessoas perfeitas para então se apaixonar.
Não espere a mágoa para pedir perdão.
Não espere a separação para buscar a reconciliação.
Não espere elogios para acreditar em si mesmo.
Não espere a dor para acreditar na oração.
Não espere o dia da sua morte sem antes acreditar na vida.
Seja sempre você, autêntico e único!" (Desconhecido)

Piegas, mas verdade e fácil de seguir para se viver bem e estar bem com as pessoas.

sábado, 27 de agosto de 2011

Exigências da Vida Moderna

Hoje postarei um texto que eu acho fantástico (e sinceramente, acho que se eu tivesse pensado poderia ter escrito algo assim...kkkkk...aloka), e que sempre recebo por email, sendo atribuído ao grande Luis Fernando Verissimo, mas não é (olha lá a internte enganando a gente, de novo), até o ponto em que chegou a minha pesquisa, esse texto é de autoria desconhecida, mesmo em muitos lugares ele também ser atribuído a Martha Medeiros. Nesse ponto parece que tudo o que o povo lê, gosta e repassa, mas não gosta de dar crédito ao desconhecido, joga nas costas do LFV, é uma coisa de louco né minha gente, vamos combinar! Lá vai o texto então, chega de enrolação.

"Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos 2 litros de água. E depois uriná-los, pelo dobro do tempo. Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).
Cada dia uma aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco, pois estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja para…não lembro bem para o que, mas faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre 4 e 6 refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos 100 vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia…UFA!!!Ah, e não esqueça de escovar os dentes depois de comer, ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das 6 refeições e enquanto tiver dentes, passar o fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.
Há, também, que se dormir 8 horas por noite e trabalhar outras 8 horas por dia, mais as cinco comendo já são vinte e uma. Sobram 3, desde que você não pegue trânsito. TÁ DIFÍCIL, porque as estatísticas comprovam que assistimos 3 horas de TV por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar das minhas amizades quando eu estiver viajando. Deve-se estar bem informado também, lendo 2 ou 3 jornais por dia para comparar as informações.
Ah, e o sexo??!! Todos os dias. Um dia sim, o outro também, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Dizer EU TE AMO toda hora, ainda pego quem inventou essa neura!!!
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Se tiver tem que brincar ele, pelo menos meia hora todo dia, para ele não ficar deprimido. Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!! Tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes ao mesmo tempo. Chame os amigos e seus pais, seu amor, o sogro, a sogra, os cunhados… Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da sua mulher. Não esqueça do EU TE AMO, (Vou achar logo quem inventou isso, me aguarde).
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio. Agora voce tá ferrado mesmo é se tiver criança pequena, ai lascou de vez, porque o tempo que ia sobrar para você, meu já era. Criança ocupa um tempo danado.
Agora tenho que ir. É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro e correndo. E já que vou, levo um jornal. Tchau! Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail."

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Problema do Mundo são as Pessoas

O problema do mundo não é o efeito estufa, não é a escassez da água, nem os desastres naturais, o ÚNICO problema do mundo são as pessoas. Cadê os valores? Cadê o respeito? Cadê a importância com o próximo?
Pois bem, cada dia que passa percebemos que as pessoas se importam menos. Menos com o próximo, menos com os sentimentos, pensam em matéria e mais matéria, algo que não é nem 1% de nossas preocupações, o tempo passa e só vejo pessoas cada dia mais narcisistas. Ao observar a Dona Chica Bilota certo dia, percebi que não importa o que você tem hoje, ou o que você vai ter amanhã, ela é uma senhora que já não tem muito tempo para viver, e sei que ela não se importa com o carro que as pessoas andam ou as roupas que as pessoas vestem. Para ela o importante é sorrir e sempre ajudar aquele que necessita, o tempo faz nós percebermos que só estar em paz é importante, que ter uma pessoa em quem confiar 100% é importante, porque quando tudo der errado, e algum dia vai dar, essa pessoa poderá discutir esses assuntos incontáveis com você, mesmo que não resolva nada, mas o simples fato de conversar e desabafar relaxa o corpo e a mente.
Cansei de viver nesse mundo que as pessoas o olham dos pés a cabeça, como se algo visível fosse importante, saber ouvir é importante, ajudar sem olhar a quem, falar sem ter medo de magoar com a verdade, ser o melhor possível para os outros e para você mesmo, isso sim é importante. Reclamam diariamente que não tem o que desejam, mas a pergunta é, será que o que desejamos é realmente necessário? Você anda? Tem família? Tem emprego? Então você tem o necessário e é só isso que precisa, pegue seus objetivos e o refaça, veja se é isso que é importante na sua vida, e se não tem objetivos, procure aquilo que sonha e simplesmente lute por isso, deixe de lado as pessoas que não dão valor pra você, não perca seu tempo com elas, ignore aquilo que é desnecessário.
Ouvi uma história uma vez de dois agricultores que rezavam para que chovesse em suas propriedades, um deles rezou e preparou o campo para receber a chuva o outro apenas rezou, e me digam quem recebeu a chuva? Pois bem, se as coisas não acontecem para você, veja se o seu campo esta preparado para receber aquilo que merece, e se estiver bem preparado ai sim espere acontecer, mas me diga você esta cuidando do seu campo para a chuva de amanhã?


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Direito ao Palavrão

Já que estamos em tempos de liberdade de expressão, marcha para isso e para aquilo outro, desenterrei um email e compartilho aqui com vocês, a ideia de incorporar o direito ao palavrão, afinal essa linguagem já é mais do que apropriada para o nosso cotidiano. Fiz algumas ressalvas no texto, mas que fique claro, não sou a autora (mas poderia ter sido)... rsrsrsrsrsrsrs.
"Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade e respeito os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo se unindo, fazendo e falando a mesma língua. Pra caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que pra caralho? Pra caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o Universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho,  eu ganho pouco pra caralho, mas trabalho pra caralho, entende? No gênero do pra caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso nem fodendo! O não, não e não! E tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade não, absolutamente não, são facilmente substituídos por essa maravilhosa e libertadora expressão. O nem fodendo é irretorquível e liquida o assunto. Depois de soltarmos essa maravilhosa expressão, nos sentimos livres e com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em nossa vida. Aquele filho pentelho que acabou de completar 18 anos e faz apenas 3 dias que pegou a CNH te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca o seu tempo e nem a sua paciência, solte logo um definitivo "Marcos Jurandyr, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!" O impertinente se manca na hora e vai para o shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio. Por sua vez, o porra nenhuma atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD em porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!" O porra nenhuma, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior e exterior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos aspone, chepone, repone e, mais recentemente, o prepone - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um puta-que-pariu ou seu correlato a Puta-que-o-pariu, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba, eita delícia, chego a ter um orgasmo múltiplo com essa expressão, A-D-O-R-O! Diante de uma notícia irritante qualquer um puta-que-o-pariu, dito assim, te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu? E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no meio do olho do seu cu. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar bem no meio do olho do seu cu!". Pronto, falou e retomou as rédeas de sua vida recuperando então, a sua auto-estima: com a camisa desabotoada sai à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do português Vulgar: Fodeu! E sua derivação mais avassaladora ainda: fodeu de vez! Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de foda-se que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se? O foda-se aumenta a minha e a sua auto-estima e nos torna pessoas melhores. Reorganiza as coisas. "Não quer sair comigo? Então foda-se!" "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!" O direito ao foda-se deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e FODA-SE.
Agora minha gente, não venham dizer que não gostaram da ideia, afinal falar palavrão deixou de ser "politicamente incorreto" há muito tempo e não é mais associado à falta de educação. Palavrão é cultura!!!!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aquilo que chama amor...

Ela era uma pessoa doce. Não daquelas que de tão doce chega a elevar o nível de diabetes ou formar uma nova cárie. Uma pessoa doce, gentil. Conhecia muito de muitas coisas, buscava conhecer aquilo que não sabia, amava a vida e a beleza que ela trazia e compreendia muita coisa, mais até do que os que a cercavam imaginariam que poderia compreender. Ela era uma pessoa simples. Não daquelas que de tão simples as pessoas fazem de boba. Simples no modo de ver as coisas e na maneira de colocá-las em seu devido lugar. Ela tratava-se apenas de uma parte de mim ou uma parte de você. Uma parte que se perde em algum momento da infância, adolescência ou vida adulta, não sei, afinal foi perdida, não se sabe quando, nem aonde e nem o porquê. Ela crescia claro. E foi nesse crescer que um pouco de sua simplicidade foi se perdendo, porém sempre se manteve feliz. Nem que fosse aos trancos e barrancos. Tinha um bom emprego, uma família legal, amigos que gostavam dela e ela deles, um bichinho de estimação de companhia e se divertia com frequência. Mas é óbvio, que para ela, sua diversão e seus bons amigos não eram algo comum, assim como seriam para pessoas como nós. Essa diversão e amigos eram profundos. Alguns desses amigos nem a conhecia e nela nunca nem ouviram falar. Outros nem existiam. A não ser na sua grande e produtiva imaginação. Algumas das coisas que ela fazia para se divertir eram impossíveis e impraticáveis, para nós, reles mortais, é claro. Apesar de tudo ser ótimo, não era perfeito, já que havia algo que o seu espírito não podia (ou não conseguia) atrair: o amor.
Logo o amor, que de todos os sentimentos era o que mais lhe fascinava e intrigava. Ela queria amar, mais do que tudo que já havia feito ou sentido. Até que um dia, o amor aconteceu, quase que naturalmente, num simples "oi", veio o sorriso e a pausa. Aquela pausa em que parece que o chão sumiu, o estômago fechou e o mundo parou. Outro sorriso de retribuição e tudo aconteceu. Estava ali, na sua cara e ela podia sentir. Com isso, percebeu o que era ser feita de boba pela primeira vez, o que era chorar de tristeza e de não conseguir resolver tudo tão facilmente e simplesmente. O amor, esse sentimento tão almejado e agora conquistado era muito mais que alegrias, pássaros cantando em sua janela e borboletas voando na barriga. O amor era algo alheio e exterior e agora ela compreendia que para o amor dar certo, a outra pessoa também precisava amar e retribuir esse amor, e isso, claro não aconteceu. Não dessa vez. E é claro, que ela descobriu o que é sofrer, chorar e sentir o gosto do choro, o gosto de suas lágrimas sofridas, amargas e salgadas. Não salgadas como a água do mar e nem amargo como o suco de limão. Afinal esses são possíveis de aguentar. Já o gosto amargo do amor, não.
Apesar de tudo, ela tentava se manter simples, doce e gentil. Esperava confiante que alguém legal, assim como ela, ia aparecer e lhe entregar numa bandeja o seu coração. Alguém disposto a fazer o mesmo que ela. A pessoa veio, é claro, mas os seus olhos se cruzaram e suas almas não. Deixaram assim.
Depois de muitas dores, dissabores e amores mal-resolvidos e planejados ela decidiu mudar. Era um fato quase incontestável a impossibilidade das pessoas gostarem dela assim como era e pensou que talvez, após uma mudança, alguém seria capaz de amá-la. Não deu certo, claro, mas não porque era impossível amar a "nova” pessoa, a pessoa criada através das revistas, jornais e TV,  e sim porque era muito difícil manter aquela imagem. Sustentar a imagem daquilo que você não é. Difícil, do tipo missão impossível e ao observar as outras pessoas, viu o quanto era comum e normal não ser amado por tudo e por todos. Alguns até entoavam e colocaram na sua cabeça o seguinte mantra: "se você ama, então não te amam." Então ela logo pensou: "se dando o que as pessoas querem, ainda assim não me amam, basta que eu não dê."Bastava que recusasse e bastava pôr em prática aquilo que planejou e bastou.
Tanto bastou, que em um dia qualquer. Não um ensolarado, com passarinhos cantando e crianças correndo com bexigas. Um dia comum e qualquer, ao cruzar uma esquina, ela se deparou com alguém. Com os olhos e com a alma de alguém. E agora? Nem ela sabe. Só sabe que é quando menos se espera que o amor chega e que quando ele chega, não há plano, pensamento ou resistência que o barre. Ele simplesmente invade e acalma o coração ansioso, simplesmente ama e se deixa amar.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Moral e bons costumes?


Era uma vez um vereador que queria mudar o mundo drasticamente, mas como não tinha tanto poder assim, resolveu começar pela cidade de São Paulo. E qual era a ideia genial do mocinho? Criar "O Dia do Orgulho Hetero" em prol da moral e dos bons costumes. Seu nome? Carlos Apolinário (DEM). Lindo! Um pequeno passo para o homem, mas um enorme salto para a humanidade. Se ostracismo gerasse prêmio, não teria para ninguém. Agora me responde uma coisa, desde quando ser heterossexual é sinônimo de moral e bons costumes? Um exemplo clássico é a roubalheira que rola no cenário político brasileiro. Será que eu posso fazer a "Marcha da Moral e dos Bons Costumes no Senado, Câmara e afins"?
Para que eu sinta orgulho desse tipo de gente, somente no dia em que estes cidadãos arrumarem os buracos nas ruas e calçadas, fornecerem segurança suficiente as pessoas de bem, melhorarem a vergonha que é a nossa saúde e educação e forem punidos por cada centavo que desviam dos cofres públicos.
Fico com a opinião do Rob Halford (vocalista do Judas Priest e homossexual assumido) de que nós "já temos o dia do orgulho hetero: o Carnaval." Um festa super moralista e de bons costumes.
Se faz tão bem ao ego desse calhorda, para que esse dia exista somente com essas quatro condições que alavanco:
1) Não haja passeatas (elas só atrapalham quem não quer participar);
2) Não seja feriado (afinal já temos esses por demais);
3) Não seja vinculado a nenhuma babaquice de fanáticos religiosos;
4) Não exista para afrontar o "Dia do Orgulho Gay".
Bom, para não dar mais ibope do que esse babaca merece, em respeito ao seu intelecto de gênio da Nasa, proponho um dia inteiro de orgulho à estas criaturas: o "Dia do Vagabundo", já que nós, heteros, homos, negros, amarelos, brancos, rosas e coloridos temos o "Dia do Trabalhador". Uma justa e singela homenagem à essa cambada de FDP sem noção.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A Coisa

Essa coisa que chega de repente e sem avisar, que entra na sua vida sem bater à porta e pedir licença. Essa coisa que você não conhece de lugar algum, não sabe a cor, nem o nome ou o endereço, muito menos o telefone. Não sabe se é rico, se é pobre, se tem uma, duas ou três versões, que ao mesmo tempo em que diz "fique longe" pois a curiosidade matou o gato, aguça mais ainda e nos deixa com gostinho de quero mais.
Conheço pessoas que não vêem à hora de ser apresentada à essa coisa e de tanto ouvirem falar, ficam só imaginando: "como será que vai ser quando ela chegar"? 
Há aquela coisa que só mãe e pai sentem pelo filho tão estimado. A coisa que só uma amizade verdadeira pode expressar. São versões boas e legais para a coisa. Mas e quando aquela coisa chega à versão que é cantada em músicas, citadas em poemas, filmes, novelas e na notícia do jornal? Quando é capaz de provocar guerras e destruir nações, matar Romeu e Julieta, inspirar Paris e Helena de Tróia A coisa proclamada e escancarada por Vinícius de Moraes, William Shakespeare, Clarice Lispector e tantos outros poetas? Aquela coisa que nos faz mover montanhas, escalar o Everest, mudar o nome, viver em greve de fome, perder o juízo, a razão, as calças, enlouquecer e sair gritando na rua "tô loka, loka, loka"? O que fazer com a coisa?
Em primeiro lugar a nomeamos como AMOR. Depois nos preocupamos em saber o que fazer com esse treco: se devolver ou se vamos ficar e cuidar dele. O fato é que, sem ele não há maneira de viver e muito menos de progredir. Porque ele é exatamente assim: força que impulsiona, vida que se ilumina, coração que pulsa, porta que se abre, enfim, tudo aquilo que dá vida á vida! Sei que o amor foi feito para se sentir e não definir, mas não há melhor versão definida, do que a escrita por Roberto Freire: " ...ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível..." 

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A Carolina

A Carolina é uma menina que têm as asas enormes, voa por ares misteriosos e desconhecidos. 
A Carolina têm os olhos grandes, brilhantes e bonitos de tanta curiosidade, com esse olhar consegue enxergar tudo que encontra pelo mundo: uma pedra aqui, uma flor ali e um pássaro acolá.
A Carolina tem guelras como os peixes, por isso mergulha destemidamente em águas doces, salgadas e profundas, investiga o fundo do mar como se fosse o jardim de sua casa, à procura de beleza, de cada concha, cada peixe, cada estrela do mar, cada cavalo-marinho, procura por tudo e por todos como se estes fossem seus irmãos.
As mão da Carolina escrevem o que existe e o que não existe, a realidade e a ficção, o mundo de fora e o mundo de dentro. Cada traço, cada letra, cada palavra, cada frase, cada figura são feitos com o intuito de se mostrar, se esconder e partilhar cada experiência e sentimento com quem quer
que seja.
Ainda não falei da melhor qualidade de Carolina: a gargalhada, que envolve e cativa numa alegria constante e absoluta. Apetece estar com ela, cada dia, cada hora, cada minuto e cada segundo passados com ela é grandioso, mágico, engraçado, profundo e puro.
E assim é a Carolina que vejo em mim. E espero qeu seja pelo menos metade disso o que o mundo vê em mim.


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Uma amizade nada provável

Este, sem dúvida nenhuma, é um dos meus filmes preferidos, pois trata de forma delicada e inesperada esta tão procurada e almejada amizade verdadeira. Trata de assuntos difíceis de ser digeridos até mesmo por nós, adultos, como bullying, depressão, alcoolismo, sexualidade, ódio, amor, morte, obesidade, confiança, dentre outros.
Baseado numa história real, o filme narra a vida de duas pessoas um tanto “diferentes” perante a sociedade, cujo destino tratou de unir e se fazer conhecer, mesmo que apenas por cartas trocadas.
Ele é Max, um judeu de 44 anos, portador da “Síndrome de Asperger”, uma doença mental em que o paciente não consegue desenvolver e nem expressar seus sentimentos, não consegue ler os sinais de comunicação não-verbais e vê o mundo de uma maneira muito literal, mora em Nova York, pesa 160 quilos e participa dos “Gordinhos Anônimos”, possui o sonho de morar na lua, simplesmente pelo fato de não querer contato com as pessoas. Ela é Mary, uma menina de 8 anos, solitária, não possui o amor e atenção dos pais, também é gordinha, mora na Austrália e seu único amigo é um galo. Apesar de todas essas diferenças há uma coisa que os une: a solidão. E é exatamente este sentimento que os une, incluindo todos os altos e baixos pelas quais a amizade passa e, principalmente, a capacidade que ambos têm em projetar no outro aquilo que desejam ser.
A situação familiar de Mary não é nada fácil, pois é filha de uma mãe alcoólatra e que adora depreciá-la, seu pai trabalha o dia inteiro numa fábrica e nas horas vagas pratica taxidermia em pássaros mortos que encontra pela estrada. Motivada por dúvidas que ninguém responde, Mary resolve mandar uma carta para um endereço aleatório, pego na lista telefônica de Nova York, e é assim que nasce a amizade entre ela e Max.
A partir de uma linguagem simples, o filme chama a atenção para os relacionamentos humanos através da beleza e da força que uma verdadeira amizade traz, uma amizade isenta de falsidades ou interesses. Mostra-nos a oportunidade de conviver com a diferença do outro e de aprender a respeitar essas diferenças, salientando a importância de construir uma amizade permanente e recíproca, uma doação contínua ainda que diante de alguns “defeitos”. Outra coisa que me chama a atenção no filme é o uso das cores: sendo que todas as vezes que Mary aparece, o tom usado é o marrom, já que é a cor predominante do seu desenho preferido “The Nobllets”, já com o Max os tons usados são o preto, o cinza e o branco, refletindo o mundo caótico em que ele vive. Aos poucos, vão entrando novas cores nesse enredo, como simbolizando o amor e afeto que um depositava no outro, dando uma nova visão de vida a essas duas pessoas que sempre foram tão solitárias e fechadas no seu próprio mundo, principalmente cores que contrastavam com o mundo preto e branco sem fim de Max, parecendo então, que esse mundo, ao dar espaço para Mary, já não era mais tão caótico assim. Outro fator interessante é a imagem que Mary mostra de si ao seu amigo, uma imagem sorridente e com o sol sobre a sua cabeça, pois apesar de se mostrar a maior parte do tempo como uma garota triste e melancólica pela situação vivida com os pais e na escola, é como se ela encontrasse um motivo que fosse suficiente para expressar-se de tal forma, para deixar, nem que por alguns momentos, de ser tão “infeliz”.  
A beleza desses dois personagens se encontra, dentre outros, na ingenuidade e de não esconder ou manipular aquilo que se passa dentro deles, algo sem limites e sem medo de expor e se expor. A maneira como é mostrada as relações interpessoais é impressionante: os personagens crescem, em idade e subjetividade, e seus problemas também, mas ainda assim, mesmo entre trancos e barrancos, continuam a se corresponder religiosamente, mostrando suas noções de vida e mundo.
Fecho essa resenha com a minha frase preferida do filme: A razão de eu te perdoar é que você é imperfeita. E eu também...” (Uma das cartas escrita por Max para Mary).


terça-feira, 26 de julho de 2011

Essa Vida Sempre Foi Assim

A vida sempre teve disso:
Essa lua na minha janela e esse sol que faz a manutenção do amorenado com o qual nasci.
Tem esse rio antigo que me provoca com a mesma ternura, (me chama, me esfria, me molha, me esquenta) e esse vento ora louco, ora leve como outrora, que se ausenta para eu implorar por sua volta.
Sempre houve esses minutos que eu gasto apreciando a engenharia das coisas simples e complexas, das facilidades da tecnologia. As construções das obras musicais enchem em massa os meus ouvidos e eu, por gostar da escrita, prendo os cabelos com um lápis.
Amo essa afinidade com as águas, mas minha mãe dizia que é preciso ser rocha para surportar a maré de mudanças do mundo.
Sempre foi assim e nada me cansa.
A vida é rotina e é mistério e é na passagem dos anos, em meu vestido branco, rendado e rodado que desejo mais do sal que tempera essa velha cantiga de viver.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Verdade Nua e Crua


Desde pequena, ouço algumas "verdades" que as pessoas contam e afirmam para você por mera convenção social, meu post de hoje é dedicado à essas verdades, hoje vou desmascará-las, jogá-las na panela picadinhas e cozinhá-las, mostrando como é a versão oficial e as que as pessoas gostariam de ter coragem de admitir...rsrsrs...

1) Encaro a morte com tranquilidade, já me preparo há muito tempo: essa é uma mentira deslavada né, vamos combinar. Ninguém, por mais que se pense nela e que se prepare a cada dia (no caso daquelas já anunciadas) está preparado para desistir assim, com total tranquilidade, não há cristão, judeu, espítira, ateu, que esteja preparado para encontrar a dita, ninguém está 100% apto a lidar com a sua e nem com a do próximo.

2) Dinheiro não compra felicidade, seguido do clássico, portanto não ligo para ele: Aham, e todo ano o Coelhinho da Páscoa, o Papai Noel e seus lindos e contentes duendes vem bater à minha porta. Acho que para quem tem dinheiro saindo de todo e qualquer orifício do corpo, a afirmação seja real, fora isso neném, chega de mentiras. A máxima de que dinheiro não traz felicidade, mas manda buscar é real e verdadeira.

3) Sou totalmente desapegado de bens materiais: Normalmente repetido por pessoas que enquanto dizem esse tipo de coisa está postando no FB pelo IPhone 3GS que acabou de comprar o IPAD Touch Screen Master Plus Organization, que solta bolinhas de sabão para divertir o filho pentelho que não pára de reclamar. Ou não vai muito longe, pega um DVD (não DVD é passado), um BLU-RAY emprestado e devolve riscado, você vai ver que o desapego vai se transformar no mínimo num palavrão muito bem proferido e dependendo de quem for, seguido de um tapa muito bem dado no meio da fuça para você aprender a ter respeito e cuidado pelo meu bem material.

4) O importante é ter saúde: Assim como ter dinheiro, um carro, um computador, um IPOD e bla bla bla. Afinal, não podemos esquecer que vivemos num capitalista que toma sua saúde de graça e a devolve por 10x o preço.

5) O importante é que nos amamos: Como se amor enchesse a geladeira no final do mês e proporcionasse casa, comida, roupa lavada e água quente. Pega sual alma gêmea e amada e vai morar embaixo da ponte, o amor acaba em 3 dias, no máximo.

6) O que importa é a beleza interior: M-E-N-T-I-R-A!!!! E daquelas feias e cruéis. No primeiro momento o que e atrai é a beleza física e externa, mesmo que o seu padrão seja diferente do convencional, afinal ninguém olha para uma pessoa no outro canto do bar e diz: nossa ele (a) parece ser tão culto (a), inteligente com a aura mais linda e colorida que já vi na vida e o coração então, vale ouro.

7) Se eu ganhasse na loteria, ia ajudar muita gente: Ia mesmo, ajudar a esquecer que um dia você existiu né, meu bem. No caso, os parentes próximos e olha lá. Dar essa desculpinha esfarrapada, é uma pequena mentirinha que diz a si mesmo e aos outros na frívola esperança de que Deus esteja vendo o enorme coração de ouro que você tem e acredite no seu altruísmo, beneficiando-o com a sorte e muitos milhões na conta.

8) Fico muito feliz com o sucesso dos outros: E olha que essa, vim descobrir há pouco tempo que não era uma verdade tão verdadeira. A gente fica feliz com o sucesso alheio, desde que esse lhe traga algum benefício, ou seja, somente daqueles bem próximos. Agora, nego, se você está concorrendo por esse sucesso com alguém, sinto muito, aquele tapinha nas costas que você dá nas costas do fulano, vem mascarado com a vontade gigante que você está de dar esse tapa na cabeça, quem sabe ele não sofre um traumatismo e eu fico com o sucesso dele (ai que maldade, ams tenho visto e lidado com pessoas que realmente devem pensar assim). Então, amigos, se direta ou indiretamente, você não seja beneficiado na história, você está enganando a si e os outros.

9) Adoooooro acordar cedo, fico tão mais disposto: Pega na mentira, pega na mentira. Você fica mais disposto a mandar o primeiro filho da mãe que lhe dá bom-dia ao inferno né. Ninguém acorda cedo porque quer, e sim porque é obrigado, então repetimos esse mantra todos os dias para ser mais fácil lidar com a dor e tormento que é acordar cedo.

10) O problema não é você, sou eu: Aham, senta lá Claudia. Alguém realmente ainda cai nessa? A cara de pau que anda temos em repetir eu sei que existe, mas será que a pessoa que a ouve ainda acredita. Se acredita, merece a mentira, afinal, mas é "você o quê?" Será que essa pessoa têm problemas mentais, tipo "barulho de trem na cabeça" que não faz raciocinar direito , o que o faz ficar deprimido, fazer aquela cara de coitado e quando menos espera: katapuft...sumiu...

Pois é, comecei a lista de hoje com 10, logo menos postarei mais algumas, afinal, mentira é o que não falta nesse mundão velho de guerra...

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Causos da vida real

Dona Benedita é uma simpática e adorável velhinha que todos conhecem por Bene. Está beirando os oitenta anos, que como ela mesma diz: "oitenta anos muito bem vividos e felizes." É feliz, logo sua família também o é. Esses quase oitenta anos lhe renderam duas filhas solteiras e um filho casado. Natalino, o filho, tem uma esposa dedicada e fiel, assim como sua mãe foi, e esse casamento harmonioso presenteou Dona Bene (como ela gosta de dizer) com três lindos netinhos, sapecas, curiosos e cheios de vida. Apesar de nada lhes faltar, eles trabalham duro para dar à família e à Dona Bene o conforto merecido que a sociedade moderna permite. Dona Bene, assim como seu filho, foi muito bem casada com o já  falecido Seu José (Zé, como gostava de ser chamado), que Deus levou aos setenta e oito anos, cheio de brilho nos olhos e poucos cabelos, brancos como um chumaço de algodão. Seu casamento durou mais de cinquenta anos e o casal cumpriu rigorosamente a promessa feita diante do altar, sendo fiéis um ao outro até que a morte os separou. Falecido o seu marido, Dona Bene, enfrentou com alegria e vivacidade o azar que a vida lhe causou: levar o seu amado marido antes dela. Com a morte do Seu Zé, os filhos e os netos garantem e proporcionam a Dona Bene o calor e o carinho de um lar abençoado, o que tornou possível suportar a dor da partida do querido pai e marido. A aposentadoria que o Seu Zé deixou é bem modesta: apenas um salário mínimo mensal que a Dona Bene, vai sem falta e atraso buscar mensalmente, em uma das agências do Banco do Brasil, no bairro do Limão. Nenhum dos filhos, jamais colocou as mãos no dinheiro da mamãe, para que ela possa gastar na satisfação de seus humildes desejos, sabe, aquelas pequenas utilidades de uma senhora com quase oitenta anos. Em casa nada lhe falta. Dona Bene nada diz e nada lhe é perguntado sobre o dinheiro da aposentadoria. O filho sempre teve certeza que esse salariozinho estava sendo bem usado pela sua mãezinha querida, pela qual devota um amor intenso e incondicional. Mas, de uns tempos para cá, Dona Bene anda sem um centavo sequer no bolso, muito embora sua pequena pensão continue a cair pontualmente todo mês. A nora sem conseguir entender como que uma senhora sozinha, de quase oitenta anos, sem nunca trazer qualquer novidade para casa, como uma dessas blusas que vendem nessas bancas de camelô espalhadas por toda a cidade, estava sempre sem dinheiro, resolve avisar seu marido. Dona Bene tem alimentação, remédio, plano de saúde e serviços básicos da casa, tudo pago pelos filhos, condução gratuita e mesmo assim, seu dinheiro insistia em sumir misteriosamente. O que estaria acontecendo com o salário de Dona Bene? O filho, já a par do assunto, muito constrangido, questiona a mãe para saber o que estava acontecendo, qual era o mistério.
Eis que Dona Bene diz: "não se preocupe tanto, meu filho, não estou jogando meu dinheiro fora, nem gastanto no bingo e muito menos com um namorado vinte anos mais jovem, eu estou investindo meu dinheirinho para o bem de toda a família."
E o preocupado filho: "investindo? Como assim mãe? Em qual banco? Cadê os recibos?"
-Não, meu filho, não é em banco, é na igreja que estou frequentando durante o dia ali no centro, já que nada tenho a fazer o dia todo. Lá na fila do banco, conheci uma obreira que me contou sobre essa aplicação e o Pastor me falou que tudo que eu depositar lá na igreja dele, a nossa família vai receber dez vezes mais. É filho, isso é garantia de Jesus, ele diz, e eu acredito. Sei que estou fazendo isso para o bem de todos.
-Quer dizer que a senhora está dando todo o seu salário para o pastor? Fica sem um centavo sequer?!
- É né, meu filho, qual a parte de investir tudo você não entendeu? Esse pastor é famoso, ele aparece na televisão curando as pessoas de tudo quanto é doença e desgraceira que pode se abater nas suas cabeças, e isso tudo meu filho, em nome de Jesus. Eu vi, por isso acredito filho, acho que investir na igreja do pastor vai ser uma benção para a nossa família.
Pois é, Dona Bene, continua simpática e adorável, como sempre foi, mas não tem mais o seu Zé para protegê-la dos espertalhões e cuidar das suas coisinhas. Agora o que ela tem é um pastor! Pobre da Dona Bene! Que Deus a proteja, porque as autoridades não vão. Mesmo fazendo "vista grossa", afinal isso nada tem a ver com eles, para essas autoridades o que vale é o ditado: "os cães ladram e a caravana passa." Os donos do tal banco de Cristo que toma mensalmente o dinheirinho de das tantas Donas Benes e Seus Zés estão sempre lá, na televisão gritando suas línguas e "investindo" o salário mínimo de seus cordeiros. Por sua vez, nem a justiça e nem a polícia podem ajudar Dona Bene, na verdade, não querem ajudar. E a família, nada pode fazer, pois a Dona Bene já foi iludida "pelo santo e puro sangue de Jesus".
Infelizmente, não sou eu a autora dessa triste história, senão o final seria bem diferente.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Feliz Dia do Amigo



REFLEXOS E REFLEXÕES - MOSKA

Diga aí amigo
Como vai você?
Estou aqui contigo
E você também me vê
Às vezes sou seu clone
E você é o meu
Não temos o mesmo nome
Mas nossa vida se perdeu
Em encontros e desencontros
Do mesmo sopro
Que atravessa eu e você
Se estou contigo
É porque estás comigo
E nós não podemos nos perder.




terça-feira, 19 de julho de 2011

Se a vida é...


"Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."

E são com as palavras sábias de Cora Coralina (1889-1985) que me arrisco a concluir que, a vida é, não tenta ser. E sendo como ela é, ela é toda parte, não se divide: nunca chega; nunca parte. E se a vida nunca, ela é sempre presente, e se algo aparenta ter partido , é porque devemos estar vendo apenas uma parte. E ver a vida como sendo apenas uma parte, é natural para aquele que só enxerga a vida pela metade. Ver a vida por completo é uma missão para toda e qualquer idade, afastando assim a ilusão que impera, pois a vida continua sendo, além daquilo que você enxerga.

Eu sei que não é fácil, mas quem disse que seria? Então, caminho para um dia chegar lá e viver e ver minha vida por completo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Coisas Ruins

Você já passou por muitas ruins nessa vida e achou que o mundo ia acabar, certo?
Certo, afinal coisas ruins acontecem o tempo todo para provar para você e o mundo que é um ser humano forte e que tudo pode superar, porém essas coisas ruins, só são ruins porque são estranhas ou diferentes daquilo que você conhece, coisas ruins que eventualmente trazem consequências boas ou, no mínimo, te fortalecem e te ensinam a enfrentar as próximas coisas ruins que com certeza virão.
Aquele primeiro estágio importante, no qual você não foi efetivada e achou que sua carreira estava arruinada. Aquela besteira que você fez logo no começo do novo emprego e não sabia como a chefe nova ia reagir, e que na sua cabeça (uma cabeça tão cheia de dúvidas, mas que nessas horas viram certezas) era caso de demissão. Aquela pessoa querida que morreu daquele jeito tão estúpido que você lembra quase todos os dias e se culpa (não importa que nada pudesse ser feito, nós temos que culpar alguém),  já que era nova e imatura demais para entender as consequências que aquele dia teria na sua vida. O rolo-caso-ficante que sumia por meses e meses e depois aparecia de bicicleta na porta da sua casa e você tinha certeza que ia morrer de vergonha dos seus pais, dos vizinhos fuxiqueiros que insistiam em aparecer na janela e que (de novo as certezas que só nossa cabeça cria) iam deixar você difamada em toda vizinhança. A pessoa que você mais gostava no mundo te deu uma punhalada nas costas, você passou noites e noites sem dormir e achou que nunca mais conseguiria ser feliz nesse mundo horrível e cruel. O namoro de 3 anos e meio que já tinha acabado faz tempo e você não percebia, até que um dia você percebeu e seu mundo desabou, rolou barranco abaixo e você queria que ele acabasse mesmo no barranco para que morresse encostada, não ter nem o trabalho de se mexer. O frio na barriga intenso de saber que você está indo sozinha para o outro lado do mundo, para terras estranhas com pessoas estranhas passar o mês mais longo (e mais delicioso) da sua vida. O medo de tudo dar errado, sempre. A mistura de medo e satisfação de saber que você mudou, mesmo que nenhuma santa criatura tenha percebido. O medo de tomar aquela decisão que mudaria toda sua vida em poucas semanas, e a sua vontade era de não ter que decidir nada nunca mais. O medo maior ainda de se acostumar com a decisão tomada, tentando calcular cada consequência que isso terá em cada aspecto de sua vida. As noites de domingo com choro, sofrendo antecipadamente por coisas que você nem sabe se te farão sofrer. O menino novo do fim da rua que você já sabe que será o grande amor e ódio da sua vida, pois é certo que irá quebrar seu coração de tal maneira que não há cola que junte os pedaços.
Enfim, todas aquelas crises que todo mundo passa em todas as fases da vida, por várias e várias vezes, e que você tem certeza que o mundo acabou. Mas aí, nada como um dia após o outro com a noite no meio, para você acordar e que a terra continua girando independente do seu sofrimento, que as pessoas continuam vivendo suas vidas independente dos problemas que você tenha e que você, assim como elas, também tem que viver a sua, levantar da cama, escovar os dentes, dar bom dia ao dia e sorrir para os estranhos e para aqueles que convivem com você. Até que um belo dia - e você nunca sabe quando esse belo e ensolarado dia vai chegar - você se descobre feliz com sua nova situação. E um dia você vai descobrir que o mundo não acaba e não pára nunca para que você possa descer!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Dia em que me tornei Andrea Doria

Era uma vez uma jovem que acreditava na virtude, em fazer as coisas corretamente, de acordo com as regras e fica batendo contra a parede porque esse mundo não funciona.
Essa é a questão que levanta a música Andrea Doria da Legião Urbana: a juventude com seus infinitos sonhos e planos e a descoberta do mundo real, um mundo hipócrita, consumista, mentiroso e capitalista, que ao cair na realidade, fica sem saber o que fazer.
Andrea Doria é o nome de um navio que afundou e creio que Renato Russo escolheu esse nome pelo fato da menina da canção ser uma pessoa cheia de vida, esperanças, planos e quem sempre estava lá para dar uma força, mas que no fim das contas, sente que o seu próprio navio afundou e fica mal. É um diálogo entre os dois, em que ele assume uma posição que sempre foi dela, ser otimista sempre e fazer com que ele enxergasse o lado bom da vida, que independente de qualquer situação, ela tinha o dom de enxergar além do que se via.
E essa é a história, sem muito poréns e fantasia. Essa é a música que sempre senti uma conexão, como se tivesse sido feita para mim, me sinto a Andrea Doria, aquela menina retratada na polaroid tirada no momento exato em que as utopias da minha juventude são sem sombra de dúvidas, confrontadas com o tal mundo adulto, aquela menina que hoje enxerga o crescer como um processo no qual pouco a pouco desvencilha-se das ilusões que tinha, que se sente acuada pelos espinhos de um mundo saturado de indivíduos céticos, cínicos e mentirosos que "vendem fácil aquilo que não tem preço" e assim, torna-se "madura", "responsável" e larga seus sonhos pelo caminho, correndo o risco de me concentrar somente em uma única preocupação: como arranjar dinheiro para pagar as dívidas (a preocupação de todas as pessoas que migram para o tão aguardado e sonhado mundo adulto).
Não é apenas nessa música que Renato Russo me convence de que sou Andrea Doria, ele me convence quando canta a "ferrugem nos sorrisos", a "estupidez de todas as nações" e quando "rabisca o sol que a chuva insiste em apagar". E assim, como Andrea Doria, Carolina tenta voltar a ser aquela menina do início, a que acredita na virtude, que enxerga o lado bom do ser humano e que compreende quando este faz algo de errado, pois assim como ela, cansou de dar murro em ponto de faca e ao tentar algo diferente, viu que caiu na besteira de não ter tomado a melhor decisão para o momento e pensando nisso sabe que o refrão foi escrito para ela: " ...e nada mais vai me ferir, é que eu já me acostumei, com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei, tenho o que ficou e tenho sorte até demais, como sei que tens também."



quarta-feira, 13 de julho de 2011

Eu Quero é Rock!

Hoje 13 de julho é comemorado o aniversário, daquele que é sem dúvida nenhuma (e não há gostos ou modismos que discordem dessa tese), foi e continua sendo o ritmo e gênero musical que mais e melhor assumiu a linha de frente quando o assunto são revoluções sociais.
Esta data, tomou alcance e corpo no ano de 1985, quando um festival realizado simultaneamente em Londres, na Inglaterra e na Filadélfia, nos EUA, provou que a música tem o poder de reivindicar mudanças. A causa da época era em favor do povo etíope, retratado diariamente nos jornais como miseráveis. Foi aí, que o pelotão de combate, encabeçado nada mais nada menos por: The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins, Eric Clapton e Balck Sabbath, exigiu a erradicação da fome naquele país.

A Origem
Surgiu nos EUA na década de 50, com o espírito inovador e diferente de tudo que já tinha ocorrido na música, unindo um ritmo rápido à pitadas da música negra do sul dos EUA com o country. Com letras simples e um gingado dançante, rapidamente caiu no gosto da galera, aparecendo pela primeira vez num programa de rádio no oeste de Ohio, em 1951.

A Década de 50: os primeiros passos
No ano de 1954, Bill Halley lança o grande sucesso Shake, Rattle and Roll . No ano seguinte, surge no cenário musical aquele que até os dias de hoje é considerado o Rei do Rock, Elvis Presley: unindo diversos gêneros como o country, o gospel e o rhythm and blues, ele até hoje agita as festas e está na boca do povo.

A Década de 60: rebeldia e transgressão
Na década de 60, surge no mundo do rock a banda de maior sucesso dos últimos tempos: os Beatles. O quarteto de Liverpool estouraram nas paradas da Europa e dos EUA, em 1962, com a música Love me Do. Eles ganharam o mundo e até hoje, assim como Elvis, angariam mais fãs a cada dia.
Esta década ficou conhecida como Anos Rebeldes, graças aos grandes movimentos pacifistas e manifestações contra a Guerra do Vietnã. O rock ganha um caráter político de contestação nas letras de Bob Dylan.
Em 1969, o Festival de Woodstock torna-se o símbolo deste período, com o lema "paz e amor" e meio milhão de jovens que comparecerão no concerto e contou com a presença de Jimi Hendrix e Janis Joplin.

A Década de 70: o psicodelismo, o pop, o punk e o metal
Nesta época o rock ganha uma cara mais popular com a massificação da música e o surgimento do videoclipe.
Cores e combinações marcantes, drogas e muito, muito protesto marcam essa década. Movidos à acido, músicos como Bob Dylan, Jimi Hendrix e Joe Cocker fazem história.
Pegue o blues, acelere a batida e amplifique sua potência ao máximo, adicione caras feias, cabelos longos e roupas pretas, eis que surge o metal.
Atitude, rebeldia e anarquia são os princípios básicos básicos do punk rock. Com poucos e simples acordes, letras carregadas, muita gritaria e moicanos cada vez mais altos e vistosos, os punk rockers marcam o cenário rock and roll com o seu jeito peculiar de ver a vida.

A Década de 80: um pouco de tudo
Como tudo que é extremista não dura muito tempo, o punk rock logo saiu de cena e deu lugar à depressão com o Joy Division, que mal conquistou seus fãs e saiu de cena com o suicidio de seu vocalista Ian Curtis. Nesse momento o bastão depressivo é passado ao The Cure e companhia limitada, que abusavam do visual dark: lápis pretos nos olhos, coturnos e sobretudos.
A década de 1980 foi marcada pela convivência de vários estilos de rock. O new wave faz sucesso no ritmo dançante das seguintes bandas: Talking Heads, The Clash, The Smith, The Police.
Surge em Nova York uma emissora de TV dedicada à música e que impulsiona ainda mais o rock. Esta emissora é a MTV, dedicada a mostrar videoclipes de bandas e cantores.
Começa a fazer sucesso a banda de rock irlandesa U2 com letras de protesto e com forte caráter político, seguindo um estilo pop e dançante, aparecem Michael Jackson e Madonna.

A Década de 90: fusões e experimentações
Esta década foi marcada por fusões de ritmos diferentes e do sucesso, em nível mundial, do rap e do reggae. Bandas como Red Hot Chili Peppers e Faith no More fundem o heavy metal e o funk, ganhando o gosto dos roqueiros e fazendo grande sucesso.
Surge o movimento grunge em Seattle, na California, vestindo suas camisas flaneladas.  O grupo Nirvana, liderado por Kurt Cobain, é o maior representante deste novo estilo. R.E.M., Soundgarden, Pearl Jam e Alice In Chains também fazem sucesso no cenário grunge deste período. O rock britânico ganha novas bandas como, por exemplo, Oasis, Green Day e Supergrass.

Os Dias de Hoje
Do submundo do rock surgiu o Hardcore, um ritmo que tem por base o punk, porém tocado de forma mais acelerada. O derivado desse movido é chamado de Emocore (Emotional Hardcore) que preferiu trocar as letras de protesto pelos dilemas do coração. Com o tempo, esse movimento migra para o público adolescente (cheio de incertezas e espinhas) e o jeito foi colocar a franja de lado e curtir o ritmo que resume a vida da molecada.

O Rock no Brasil
O primeiro sucesso no cenário do rock brasileiro apareceu na voz de uma cantora. Celly Campello estourou nas rádios com os sucessos Banho de Lua e Estúpido Cupido, no começo da década de 60. Em meados desta década, surge a Jovem Guarda com cantores como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa. Com letras românticas e ritmo acelerado, começa fazer sucesso entre os jovens.
Na década de 70, surge Raul Seixas e o grupo Secos e Molhados. Na década seguinte, com temas mais urbanos e falando da vida cotidiana, surgem bandas como:
Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Blitz e Os Paralamas do Sucesso.
Na década de 90, fazem sucesso no cenário do rock nacional: Raimundos, Charlie Brown Jr., Jota Quest, Pato Fu, Skank entre outros.