quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Os Porques da Vida da Gente


Por que é que a vida não pode ser como nos filmes onde há sempre tempo de voltar atrás e corrigir os erros às custas da força de vontade? Por que é que não podemos ter sempre certezas, e antes viver mergulhados nas nossas dúvidas? Por que é que não nos apaixonamos, tais quais os protagonistas de novela, que logo no 1º capítulo, já tem a certeza de que tudo vai valer a pena, já que no fim tudo acaba bem? Por que é que os desencontros não podem ser somente temporários? Por que é que a cada curva do caminho não há um atalho que nos leve de volta ao ponto de partida? Por que é que nem sempre tudo tem solução? Por que é que temos que errar para aprender, se seria tão mais fácil nascermos já ensinados? Por que é que continuamos a insistir em bater com a cabeça contra a parede, se a primeira tentativa é suficiente para comprovarmos que dói?
Por que é que passamos metade da vida a pensar quando devíamos agir e a outra metade a agir sem pensar duas vezes? Por que é que essa abordagem é tão eficaz para uns e só serve para complicar a vida dos outros? Por que insistir em magoar-nos e prolongar o nosso sofrimento lutando por sonhos impossíveis? Por que é que ao longo do trilho não há simplesmente tabuletas a indicar os becos sem saída que só nos farão perder tempo, e os sentidos obrigatórios onde, cedo ou tarde, iremos cair? Por que não acertar a primeira, mas somente depois de tentar 1001 combinações inúteis que só servem para nos desgastar o espírito, minar a confiança e estilhaçar o coração? Por que é que a pessoa com quem estamos destinados a acabar não surge logo na nossa vida para ficar? Por que temos que nos submeter ao método da tentativa-erro? E, no fundo, por quê tantos porques? Por que esta capacidade, esta necessidade de nos interrogarmos, de nos torturarmos com os “E se”, se no final tudo o que temos são fatos imutáveis contra os quais de nada nos valem os argumentos?

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