segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Direito ao Palavrão

Já que estamos em tempos de liberdade de expressão, marcha para isso e para aquilo outro, desenterrei um email e compartilho aqui com vocês, a ideia de incorporar o direito ao palavrão, afinal essa linguagem já é mais do que apropriada para o nosso cotidiano. Fiz algumas ressalvas no texto, mas que fique claro, não sou a autora (mas poderia ter sido)... rsrsrsrsrsrsrs.
"Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade e respeito os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo se unindo, fazendo e falando a mesma língua. Pra caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que pra caralho? Pra caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o Universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho,  eu ganho pouco pra caralho, mas trabalho pra caralho, entende? No gênero do pra caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso nem fodendo! O não, não e não! E tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade não, absolutamente não, são facilmente substituídos por essa maravilhosa e libertadora expressão. O nem fodendo é irretorquível e liquida o assunto. Depois de soltarmos essa maravilhosa expressão, nos sentimos livres e com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em nossa vida. Aquele filho pentelho que acabou de completar 18 anos e faz apenas 3 dias que pegou a CNH te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca o seu tempo e nem a sua paciência, solte logo um definitivo "Marcos Jurandyr, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!" O impertinente se manca na hora e vai para o shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio. Por sua vez, o porra nenhuma atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD em porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!" O porra nenhuma, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior e exterior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos aspone, chepone, repone e, mais recentemente, o prepone - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um puta-que-pariu ou seu correlato a Puta-que-o-pariu, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba, eita delícia, chego a ter um orgasmo múltiplo com essa expressão, A-D-O-R-O! Diante de uma notícia irritante qualquer um puta-que-o-pariu, dito assim, te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu? E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no meio do olho do seu cu. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar bem no meio do olho do seu cu!". Pronto, falou e retomou as rédeas de sua vida recuperando então, a sua auto-estima: com a camisa desabotoada sai à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do português Vulgar: Fodeu! E sua derivação mais avassaladora ainda: fodeu de vez! Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de foda-se que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se? O foda-se aumenta a minha e a sua auto-estima e nos torna pessoas melhores. Reorganiza as coisas. "Não quer sair comigo? Então foda-se!" "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!" O direito ao foda-se deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e FODA-SE.
Agora minha gente, não venham dizer que não gostaram da ideia, afinal falar palavrão deixou de ser "politicamente incorreto" há muito tempo e não é mais associado à falta de educação. Palavrão é cultura!!!!

Um comentário:

  1. Nossa você é FODA PRA CARALHO hein, PUTA QUE O PARIU!!!! kkkkkkk

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