segunda-feira, 16 de julho de 2012

Um Dia de Chuva


 
Dia de chuva, os pingos caem lentamente, atrasando relógios, quase que parando o tempo. O vai e vém das pessoas torna-se algo parado, monótono, enfadonho. Do outro lado da rua, está um cachorro, molhado, cabisbaixo. Um lavador de carros sentado, com o olhar perdido, e como numa brincadeira, arrisco adivinhar o que ele está pensando: "num dia de chuva não se tem o que fazer, ninguém trará o seu carro para lavar..."solto um sorriso. Perto dali, uma árvore em que as aves descansam e se escondem da chuva e do frio, contraindo seus corpinhos, lado a lado, numa comunhão linda de se ver. Visto isso, resolvo sacodir a preguiça que o dia pede para longe, afinal, que coisa mais linda que é a chuva!
No ponto de ônibus todo mundo se expreme feito suco de laranja, a procura de um cantinho coberto para se esconder, mesmo assim a chuva molha. Ao fundo um ônibus anuncia e quando ele chega, segura peão, todos querem entrar ao mesmo tempo, atrapalhando aquele que quer sair. É guarda-chuva abrindo, é guarda-chuva fechando, guarda chuva voando, guarda chuva que nada guarda. O meu pinga, o dos outros briga. Vendo essa gente brigando, o motorista buzinando e os pedestres se molhando, resolvo aguardar o próximo ônibus, pois de laranja espremida, basta aquela que saciou a minha sede no café da manhã. 

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