quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Bom Par

E lá estou eu, voltando de um canto qualquer e uma cena me chama a atenção, um casal de velhinhos sentados no banco da praça, e você deve estar se perguntando "e daí"? A praça estava com árvores floridas, o chão decorado por flores, crianças brincando ao fundo, uma típica cena de novela. Na realidade o que me chamou a atenção foi o fato do velhinho segurar a mão de sua companheira para que ela sentasse confortavelmente, sentando logo em seguida. Ambos tomavam um sorvete, conversavam, riam feito duas crianças e agiam como se aquele fosse o primeiro encontro. O mundo girando, pessoas passando e nada deles tirarem um os olhos do outro. Foi aí que resolvi sentar e observar, e nesse observar me pus a pensar: eu realmente quero viver isso. Num mundo caótico, onde tudo passa rápido demais, onde cada passo e atitude parecem ser cronometrados, quero que um dia alguém passe por uma praça qualuqer e possa observar esse grande momento de felicidade. Quero ter uma velhice confortável ao lado da pessoa que me permiti amar e que permiti me amar, assim como a aparente vida desse casal. Quero olhar para o meu amado aos setenta e tantos anos e sentir como se o estivesse vendo pela primeira vez, quero sentir os meus olhos brilhar quando isso acontecer e quero que esse brilho seja percebido por aqueles que nos rodeiam. Não me importarei com as rugas que nos cobrirão o rosto ou se o vigor físico ainda será o mesmo, quero apenas ter sua mão para segurar e nossos braços para enlaçar. Quero sair com ele e me divertir a beça, como dois jovens que estão a descobrir o mundo. Quero estra em casa e discutir pelas mesmas tolices, uma toalha jogada na cama, um prato que não foi lavado, uma cama que não foi arrumada e um sapato jogado num canto qualquer. Quero contar as horas para chegar em casa só para poder olhar para ele. E após tanto imaginar e observar, levanto do banco, compro dois sorvetes, volto para casa com um sorriso idiota estampado no rosto e um sorvete derretido. Ele não entende nada, agradece o sorvete, mesmo que derretido, sorri de volta e diz "te amo". E é exatamente nesse momento que eu percebo, que esse pequena parcela do meu futuro não está tão distante de acontecer...



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